quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Reportagem com a Lucília Giordano na feira de sábado na Vila Madalena

Este reportagem foi publicada no site http://www.vilamundo.org.br/, que traz as melhores coisas da Vila Madalena... Confira:

Te vejo lá na Feira da Mourato


Rafael Munduruca em 27/07/10



Imagem: Rafael Munduruca

Lucília Giordano.

Convidamos Lucília Giordano, 49 anos, socióloga e galerista da PontoArt, para apresentar um local que ela goste de frequentar na Vila Madalena. Ela sugeriu a feira da Mourato, lugar em que costuma comprar os alimentos para a semana e que foi bastante importante para a aprendizagem de sua filha Ananda, que é deficiente visual.

A feira-livre, localizada em duas quadras da rua Mourato Coelho e outra na rua Aspicuelta, acontece das 7h30 às 13h30. Pessoas de todas as idades frequentam este espaço público. Logo que chegamos por lá, tivemos a oportunidade de ver meninos jogando futebol entre as barracas. O espaço ainda lembra muito a relação que as pessoas tem em cidades do interior.


Normalmente Lucília encontra varios amigos, também moradores do bairro, entre as barracas. “Todo mundo bate-papo, e aproveita para trocar receitas”. Alguns feirantes, como a Dona Elisa da barraca de peixes inclusive, a conhecem pelo nome.

Segundo Lucília, é muito importante saber a procedência dos alimentos. Ela frequenta esta feira há anos, e mantém um bom diálogo com os feirantes. Encontra ali frutas, legumes e verduras mais frescos do que no supermercado, o que assegura uma melhor qualidade. Enquanto faz as compras, já elabora o cardápio da semana, pensando nos pratos que pretende preparar.




Evita comprar produtos que estão caros, até porque quase sempre significa que estão fora de época. Não costuma comprar legumes e verduras cortados e higienizados pois acredita que eles perdem nutrientes e oxidam. Mas o feirante alerta: “depois estraga a unha (descascando e picando) e sai mais caro”.

Ela conta que vem de uma família de italianos, que prezam a boa comida. Aprendeu, então, a fazer pratos que conquistam não só pelo gosto, mas também pelo aroma. Isso se intensificou quando nasceu a filha Ananda, que hoje tem 23 anos, e que por ser deficiente visual, desenvolveu um paladar aguçado. Lucília sempre buscou levá-la à feira da Mourato e ao Mercado Municipal de Pinheiros. “Esses ambientes, o barulho e os cheiros da feira, proporcionam experiências únicas. Trata-se de uma vivência rica e confusa”. Quando Ananda era criança, enquanto Lucília fazia compras, ela aproveitava para conhecer e explorar as texturas das frutas e verduras, com a ajuda dos funcionários das barracas.

Consciência ecológica

Lucília é ecologista, e por ter uma preocupação com a natureza, ela sempre leva para feira uma “ecobag” (bolsa ecológica) e suportes não descartáveis para carregar os ovos. Em uma das bancas, o feirante oferece uma sacolinha plástica para que Lucília posso carregar os legumes. “Não precisa de mais uma sacola”, responde ela, apontando para a ecobag. E ele revida, “A natureza agradece”.




Ela já lançou moda na feira. Quando fazia as compras com carrinho, para evitar a sacolinha, chegou a forrar o interior com lona. Assim, frutas e legumes mais resistentes como laranjas e batatas, que depois iam parar na fruteira, eram transportados livremente. Alguns feirantes acharam exagerada sua atitude individual, mas na semana seguinte outras pessoas já desfilavam com carrinhos adaptados.

Fim de feira

O café da manhã, tomado antes de sair de casa, foi reforçado com atemóia, kiwi, maçã, manga, mangostin e uva, oferecidos a degustação pelos feirantes. Na sacola o saldo é traduzido em figos, ovos, azeitonas temperadas, milho verde, manga, tomate, catalônia, couve e peixe fresco.

Aos risos, Lucília brinca que sempre que vai a feira ganha o dia ao ouvir gracejos do tipo “jovem”, “querida” e “mocinha”, por parte dos vendedores que tentam convencê-la a gastar.



Recentemente, seu marido Marrey Peres Jr. criou para ela o blog lugiordano.blogspot.com, no qual posta receitas saudáveis, com dicas fáceis e simples. Confira uma receita de “Caldo Verde” publicada por ela.

Caldo Verde

(para 4 pessoas – tempo de preparo cerca de 1 hora)













Imagem: Acervo Pessoa/Lucília Giordano

Caldo Verde

Ingredientes:

700 gramas de batatas (4 a 5 batatas grandes)
1 ½ litros de caldo de carne (de preferência feito em casa)
½ xícara de chá de cebolas bem picadas
1 colher de sobremesa de alho espremido ou processado
4 gomos pequenos de lingüiça toscana, calabresa ou paio cortados em rodelas finas
3 colheres de sopa de azeite extra virgem
1 maço pequeno de couve lavado e cortado bem fininho
1 xícara de chá de azeitonas verdes sem caroço
sal e pimenta do reino moída na hora, a gosto

Modo de preparar:

Numa panela grande aquecida, colocar o azeite e fritar as rodelas de lingüiça até dourarem. Acrescentar a cebola, fritando-a até começar a dourar, acrescentar o alho e fritar mais um pouco. Juntar o caldo de carne e as batatas descascadas e cortadas ao meio. Temperar com o sal e a pimenta do reino. Deixar ferver, abaixar o fogo e cozinhar até as batatas ficarem bem macias.

Retirar as batatas com um pouco do caldo (sem as lingüiças) e bater no liqüidificador ou mixer manual até que toda a batata esteja processada, formando um creme. Juntar o creme de batatas ao restante do caldo e deixar ferver novamente. Caso fique muito grosso, acrescente um pouco mais de caldo de carne, acerte o sal e ferva por mais 10 minutos em fogo baixo.

Acrescentar a couve e as azeitonas, ferver com a panela destampada até que a couve esteja macia (aproximadamente 10 minutos).

Desligar o fogo e servir em cumbucas de barro.

Observações:

- Fica mais fácil cortar as rodelas de lingüiça quando elas estiverem levemente congeladas.
- Quando colocar a couve no caldo deixe a panela destampada para que a couve fique mais verdinha, se for cozida em panela tampada ela fica acinzentada.
- Como guarnição pode-se preparar torradas de alho: passar manteiga ou azeite temperado com alho, sal e salsinha picada em fatias de pão francês, levar ao forno até dourarem.

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